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Imagem/google |
Presidente promoverá mudanças na Esplanada dos
Ministérios; militar comandou operação no Rio de Janeiro em 2018
O presidente Jair Bolsonaro convidou o
general Walter Braga
Netto, atual Chefe do Estado-Maior do Exército e que
comandou a intervenção no Rio de Janeiro em 2018, para o cargo de ministro da
Casa Civil. Ele substituirá Onyx Lorenzoni,
que deverá ser deslocado para o Ministério
da Cidadania, hoje comandado por Osmar Terra. Desta forma, todos os ministros que
trabalham dentro do Palácio do Planalto serão de origem militar.
Um importante auxiliar de Bolsonaro definiu o
novo escolhido para a Casa Civil como “um homem muito preparado”.
Disse ainda que ele vai fazer no governo o que faz no Exército. A troca no
governo é a segunda feita em menos de uma semana. Procurado pelo Estado, Braga Netto disse apenas: "Estou com
o comandante". Em seguida, desligou o telefone.
Na quinta-feira passada, Bolsonaro demitiu
Gustavo Canuto do Ministério do Desenvolvimento Regional e
nomeou Rogério Marinho em seu lugar.
Após o esvaziamento
da Casa Civil, o principal impasse para Bolsonaro
efetivar a troca no comando da pasta era escolher o nome que substituiria Onyx
na função. A ideia, de acordo com duas fontes do governo, era colocar alguém
com perfil técnico ou da área militar para evitar que o Palácio do Planalto
seja usado para pretensões eleitorais, ideia que aborrece Bolsonaro. Como saída
honrosa, Bolsonaro deve transferir Onyx ao Ministério da Cidadania no lugar de
Terra.
A possível troca ocorre após o Estado revelar que a pasta da Cidadania contratou uma
empresa suspeita de ter sido usada como laranja para
desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos. O atual titular do ministério precisou se explicar ao presidente sobre a contratação da Business
to Technology (B2T), que é alvo da Operação Gaveteiro, da Polícia Federal. O Estado revelou que mesmo alertado sobre
suspeitas de fraudes por órgãos de controle e pelas concorrentes no certame, a
pasta de Osmar Terra assinou um contrato de R$ 7 milhões com a empresa.
Procurado desde a terça-feira da
semana passada, Terra só se manifestou sobre o caso nesta quarta-feira, após
ser cobrado por Bolsonaro. Em nota, o ministro afirmou que procurou a PF para
investigar a contratação da empresa pelo seu ministério. "Todos os funcionários
da linha de decisão e que estão envolvidos na contratação da empresa foram
afastados num processo de aperfeiçoamento dos controles", afirmou na nota.
"O Ministério da Cidadania está fazendo um pente-fino em todos os
contratos da área."
Terra participou nesta
quarta-feira de almoço ao lado de Bolsonaro no Palácio do Planalto. O
presidente recebeu atletas e artistas que estão em Brasília para
participar do Fórum Permanente de Mobilização Contra as Drogas.
O encontro com o presidente foi
combinado ontem, de improviso, enquanto Bolsonaro deixava o Palácio da
Alvorada. Na ocasião, ele falou por videochamada com o humorista Paulo Cesar
Rocha, que ficou célebre pelo personagem Paulo Cintura na primeira versão da
Escolinha do Professor Raimundo. Antes do almoço, Terra participou
de uma agenda com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na Embaixada de Israel
em Brasília.
Quem
é Braga Netto
O general de Exército Walter Souza Braga
Netto, então comandante militar do Leste, foi escolhido pelo então
presidente Michel Temer em 2018 como chefe da intervenção federal do Rio, uma
medida inédita, que lhe concedeu poderes de governador do Estado na área da
Segurança Pública.
Braga Netto nasceu em Belo
Horizonte e cumpre o “perfil mineiro”. Prefere o trabalho ao verbo. Ao assumir
o comando da intervenção, determinou a seus subordinados e pediu aos familiares
discrição nas redes sociais.
Braga Netto entrou no Exército em
1974. Em 1994, ainda como major de Cavalaria, apresentou na Escola de Comando e
Estado-Maior do Exército (Eceme) uma monografia com propostas sobre como
aproveitar melhor o pessoal na carreira militar, com foco nos oficiais. Em uma
espécie de prognóstico, dizia que “a sociedade, dentro do enfoque da qualidade
total, cada vez mais cobrará da instituição a eficácia na consecução de sua
destinação fim” e propunha a especialização, por causa das mudanças
tecnológicas. “O militar, em particular, deve ser orientado para a função em
que apresente um melhor rendimento em prol da instituição. O Exército do ano
2000 necessitará, mais do que nunca, de uma otimização de seus valores
humanos”, escreveu.
Com informações: O
Estado de S.Paulo
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