BREJO 150 ANOS.

A imagem pode conter: texto que diz "ANOS"
Texto Por: Pedro Portela
Quando a Vila do Brejo dos Anapurus foi elevada à categoria de cidade pela Lei Provincial nº 899 de 11 de julho de 1870, ela passou a integrar a relação das primeiras oito cidades do Maranhão. Àquela época eram apenas São Luís (a capital), Alcântara, Caxias, Turiaçu, Itapecuru-Mirim, Viana, Carolina e Brejo.

Quando foi realizado o primeiro recenseamento no Brasil no ano de 1872, em Brejo existiam 2.011 residências habitadas por 11.008 pessoas. A população estava dividida em 4.877 homens livres e 546 escravos; e 4.945 mulheres livres e 1.186 escravas.

O percentual de escravos aqui chegou somente a 12% da população, enquanto em outros municípios chegava até a 50%. Eles eram utilizados nos engenhos de cana-de-açúcar. Esse setor era o que mais absorvia a mão de obra escrava. Os demais gêneros alimentícios eram cultivados pelos homens livres da camada social mais pobre.

A energia a vapor foi introduzida no município em 1896, sendo utilizada em 4 máquinas de descaroçar algodão e em um engenho de cana-de-açúcar. Aqui havia também 15 engenhos movidos a animais (moendas de aço) e 26 engenhos de pau (moendas de madeira).

Os proprietários rurais, comerciantes, funcionários públicos, profissionais liberais e artesãos qualificados formavam as classes altas e médias. E os artesãos e oficiais que desempenhavam trabalhos menos qualificados, os escravos e a grande massa de pobres livres formavam a classe baixa.

Há registros de que na segunda metade do século XIX Brejo tinha uma excelente produção de açúcar, rapadura, farinha de mandioca, arroz, milho, feijão, goma (polvilho), aguardente, algodão, fumo, azeite de coco, azeite de carrapato (mamona), borracha de mangabeira, e gado vacum (bovino).

Porém, a sua economia era baseada na produção de artigos para abastecer o mercado local. Somente uma pequena parte era exportada através do rio Parnaíba.

E na última década do mesmo século, a população era de 13.279 habitantes. A cidade tinha 11 ruas, 22 becos (travessas), 3 praças, 150 casas cobertas de telha, 203 de palha, 40 casas de negócios (comércio), e 2 boticas (farmácias). Tinha uma igreja matriz (das melhores do interior do estado), 3 capelas, um cemitério murado, uma agência de correios, uma Mesa de Rendas (coletoria), Casas da Câmara (Câmara de Vereadores), Intendência (Prefeitura) e Mercado Público.

Algumas profissões (ofícios) daquela época desapareceram. Vejamos o quadro: 18 oficiais de sapateiro, 8 alfaiates, 3 barbeiros (cabeleireiros), 9 carpinteiros, 2 marceneiros, 1 tanoeiro (fabricante de tonéis, pipas – vasilhas de madeira para depositar líquidos), 3 ferreiros, 4 ourives, 5 funileiros (fabricante de funil, lamparinas...), e 6 pedreiros.
E hoje, que temos? O que produzimos?

Fonte: SÁ, Mary Jane Ferro de. A formação histórica do município do Brejo, da colonização ao século XIX. São Luís: UEMA, 1997.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Perseguição! Após comerciante quebrar mureta que obstruía passagem de água, prefeito Arquimedes utiliza máquina do PAC para alagar estabelecimentos em Afonso Cunha

Coronel da Maldade! Maquiagem de praça nas margens do Riacho São Gonçalo deixa população desabrigada em Afonso Cunha

Desespero! Prefeito de Afonso Cunha manda capanga gravar áudio de injúria e difamação ao pré-candidato a prefeito Almedinha