Prefeita Thâmara Castro
A prefeita Thâmara Castro, jovem gestora de Brejo (MA),
parece encarnar com perfeição a figura do novo político brasileiro: simpático,
midiático, “de boa aparência”, e perigosamente ignorado pela inteligência
crítica do povo que governa. Nada contra a juventude ou o carisma — mas quando
estes são a casca brilhante que esconde contratos suspeitas e estatísticas
adulteradas, já não falamos de gestão pública, mas de uma simulação grotesca do
poder.
O contrato escandaloso
R$ 15,5 milhões. Esse é o valor contratado pela Prefeitura de
Brejo com a empresa Grannore Empreendimentos LTDA, cujo capital social é de
apenas R$ 600 mil. Uma empresa de Chapadinha (MA), sem histórico relevante de
grandes obras e sem lastro financeiro para garantir a execução de serviços
dessa envergadura, foi escolhida para assumir um contrato 25 vezes maior que
sua base financeira. Qual é a lógica disso? Nenhuma — exceto aquela que só a
esperteza política compreende, e que a honestidade administrativa reprova.
A técnica da aparência
Antes de chegar à prefeitura, Thâmara Castro coordenava o
programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Agora, o MPF e o TCE investigam
esse período por suspeitas graves: inflar o número de alunos, manipular
estatísticas, relatar atividades inexistentes — em suma, fabricar uma realidade
paralela para captar recursos e construir imagem.
Trata-se de algo mais profundo do que simples desorganização:
é o uso da educação dos pobres como trampolim político, o que atinge o cerne da
ética pública.
Política sem substância
A política, reduzida a uma sequência de contratos e
narrativas, perdeu qualquer lastro moral. A linguagem pública virou
performance: números bem apresentados, falas suaves, boas fotos — e nenhuma
prestação de contas verdadeira.
O poder deixa de ser serviço e passa a ser espetáculo. E quem
governa assim não lidera: encena.
Conclusão: entre o
brejo e o pântano
A cidade de Brejo corre o risco de afundar num pântano
institucional, onde a lama dos contratos obscuros se mistura ao silêncio
conivente da câmara de vereadores, da imprensa amedrontada e da população
adormecida.
O caminho de saída é a verdade. Que a prefeita esclareça os
contratos, comprove a capacidade técnica da empresa envolvida, apresente
resultados auditáveis sobre sua gestão anterior no EJA, e submeta-se à
fiscalização dos órgãos competentes. Se não o fizer, não governa — apenas ocupa
o cargo.
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