O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva indicou, nesta segunda-feira (27), os nomes de Flávio Dino
para ocupar vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) e de Paulo Gonet para ser o
novo procurador-geral da República. A informação foi confirmada pelo Palácio do
Planalto, em comunicado.
As indicações foram encaminhadas ao presidente do
Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Agora, Dino e Gonet passarão por sabatina e
precisarão ser aprovados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do
Senado e pelo plenário da Casa. Em seguida, terão a cerimônia de posse
marcada pelos respectivos órgãos.
Pelas redes sociais, Dino disse que está “imensamente”
honrado com a indicação. “Agradeço mais essa prova de reconhecimento
profissional e confiança na minha dedicação à nossa Nação. Doravante irei
dialogar em busca do honroso apoio dos colegas senadores e senadoras. Sou grato
pelas orações e pelas manifestações de carinho e solidariedade”,
escreveu.
Supremo
O novo ministro do STF assumirá a vaga deixada pela ministra Rosa Weber,
que se aposentou compulsoriamente da Corte, ao completar 75 anos, no início do
mês. Rosa foi nomeada pela então presidenta Dilma Rousseff, em 2011.
Apesar de algumas campanhas de movimentos
organizados, Lula havia afirmado que não escolheria o novo ministro pautado
pelo critério de gênero ou cor da pele. Com a
saída de Rosa, o plenário da Corte está composto por apenas uma mulher, a
ministra Cármen Lúcia.
Formado em direito pela Universidade Federal do
Maranhão (UFMA), com mestrado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),
Flávio Dino foi juiz federal por 12 anos, período no qual ocupou postos como a
presidência da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a
secretaria-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ele deixou a magistratura para seguir carreira
política, elegendo-se deputado federal pelo Maranhão em 2006. Presidiu a
Embratur entre 2011 e 2014, ano em que se elegeu governador do Maranhão. Em
2018, foi reeleito para o cargo. Nas últimas eleições, em 2022, elegeu-se
senador e, logo após tomar posse, foi nomeado ministro da Justiça e Segurança
Pública. Agora, aos 55 anos, é o indicado de Lula para o STF.
Procuradoria
Já na Procuradoria-Geral da República (PGR), Gonet
ocupará a vaga aberta com a saída de Augusto Aras. O mandato de Aras na PGR
terminou no fim de setembro, e a vice-procuradora Elizeta Ramos assumiu o comando
do órgão interinamente.
Ao comentar a escolha do novo procurador-geral da
República, Lula havia afirmado que o faria “com mais critério”. O presidente disse
que sempre teve “o mais profundo respeito pelo Ministério Público”, mas que a
atuação do órgão na Operação Lava Jato o fez perder a confiança. No âmbito da
operação, Lula foi investigado, condenado e preso, em abril
de 2018. Em março do ano passado, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações ao entender que
a 13ª Vara Federal em Curitiba, sob comando do então juiz Sergio Moro, não
tinha competência legal para julgar as acusações.
Católico praticante, Paulo Gustavo Gonet Branco tem
57 anos e é subprocurador-geral da República, sendo também o atual
vice-procurador-geral Eleitoral. Tem 37 anos de carreira no Ministério Público.
Junto com o ministro Gilmar Mendes, do STF, é co-fundador do Instituto
Brasiliense de Direito Público e foi diretor-geral da Escola Superior do
Ministério Público da União.
O nome de Gonet sofre resistência de entidades
jurídicas e movimentos sociais, que, na semana passada, enviaram carta a Lula
listando o que seriam posicionamentos do subprocurador contrários, por exemplo,
à política de cotas em universidades públicas. Outro ponto questionado foi sua
atuação na Comissão de Mortos e Desaparecidos, na década de 1990, quando Gonet votou
contra a responsabilidade do Estado em casos rumorosos, como o da estilista
Zuzu Angel.
Assinaram a carta 49 entidades, entres as quais o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Grupo Prerrogativas, a
Associação Juízes e Juízas para a Democracia, a Associação Brasileira de
Juristas pela Democracia (ABJD) e a Articulação dos Povos Indígenas
(Apib).
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