O
Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação de improbidade administrativa
contra José Abrahan de Leopoldino da Silva, ex-secretário de Saúde da cidade de
Mata Roma, a 313 km de São Luís, que é investigado no esquema de fraudes
do Pós-Covid no Maranhão.
O
MPF pede a condenação do ex-secretário com base na acusação de ele ter inserido
informações falsas no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), da base
nacional de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), sobre produção ambulatorial
dos procedimentos relacionados à reabilitação do pós-covid-19.
Caso
a Justiça Federal acate os pedidos da ação do MPF, José Abrahan de Leopoldino
da Silva poderá ser condenado à perda de eventual função pública, suspensão dos
direitos políticos por até 12 anos, pagamento de multa civil equivalente ao
valor do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio
e proibição de contratar com o poder público.
As
investigações
Conforme
a ação ajuizada pelo MPF, assinada pelo procurador da República Juraci
Guimarães Júnior, por causa do cenário epidemiológico, o Ministério da Saúde
(MS) editou uma portaria estabelecendo que os números de atendimentos e
procedimentos inseridos no sistema pelos gestores locais do SUS, em relação à
reabilitação pós-covid-19, definiriam a transferência de recursos da União para
os municípios.
As
verbas para os procedimentos destinados à reabilitação, por sua vez, são
transferidas por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FEAC), com
repasses realizados do Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Municipal de Saúde.
Porém,
de acordo com as investigações iniciadas a partir de informações do Ministério
da Saúde e da Controladoria-Geral da União (CGU), o município de Mata Roma
recebeu, entre janeiro e maio de 2022, aproximadamente R$ 743 mil de verba, um
valor superior à real produção da cidade.
A
Nota Técnica do MS relata, ainda, que somente o Maranhão recebeu 93,3% da verba
repassada a todos os estados brasileiros para reabilitação pós-covid-19 nesse
mesmo ano.
As
investigações indicaram que o total de recursos recebidos para reabilitação por
Mata Roma, que possui pouco mais de 17 mil habitantes, foi maior que todo o
estado do Rio de Janeiro, que conta com 17 milhões de pessoas.
Segundo
o número de atendimentos informados pela Secretaria Municipal de Saúde, em
março de 2022 cada paciente atendido teria realizado 23 procedimentos de
reabilitação. No cadastro, também foi constatada a inclusão de pessoas já
falecidas ou que nunca tiveram sequelas da covid-19.
Foi
verificado, ainda, que os atendimentos cadastrados teriam sido realizados por
fisioterapeuta geral, ainda que o município só contasse com dois profissionais
da área em seu quadro. Conforme argumenta o MPF, se os dados inseridos fossem
verídicos, o número de atendimentos em março de 2022 seria de 258 consultas por
dia para cada profissional, incluindo finais de semana e feriados.
Se
o escândalo de Mata Roma gerou processo contra o secretário de lá pelos 743 mil
reais supostamente desviados, imaginemos qual será o destino dos poderosos de Afonso
Cunha que faturou 8.358.339,00 milhões em exames apontados como fraude...
Informações
do Imirante/Alexandre Pinheiro.
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