Urgente! Defensoria Pública protocola pedido de 'lockdown' de 14 dias para todo Maranhão.
Os defensores públicos estaduais Clarice
Binda, do Núcleo de Direitos Humanos, Cosmo da Silva, do Núcleo de Defesa da
Saúde, da Pessoa com Deficiência e da Pessoa Idosa, e Diego Bugs, do Núcleo
Regional da Raposa, protocolaram no fim da noite de ontem (1º) pedido para que
a Justiça obrigue o Governo do Maranhão e todas as prefeituras do estado a
decretarem lockdown em todos os municípios maranhenses por 14 dias.
O caso será julgado pela Vara de
Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.
Segundo os defensores, houve
flexibilização de medidas de distanciamento social nos últimos meses, e um
relaxamento por pate da população – além da falta de fiscalização por parte do
poder público.
“Ocorre Exa. que, infelizmente,
com o passar do tempo, o cenário de controle da pandemia no estado do Maranhão
mudou. Nos últimos meses, com a estabilização do contágio, houve uma
flexibilização das medidas de restrição de circulação e, principalmente, devido
as festividades do fim do ano de 2020, a população passou a viver como se o
vírus não estivesse mais em circulação no nosso estado”, destacam.
Para eles, o ideal é trancar
todos em casa, restringir a circulação de veículos, reduzir o número de
trajetos do transporte aquaviário intermunicipal, limitar o funcionamento do
transporte público urbano e usar as forças policiais para fazer cumprir o
decreto, caso determinado pela Justiça.
Na petição, os defensores pedem ainda:
·
A
restrição da circulação de veículos particulares, podendo ser usados exclusivamente
para deslocamento de pessoas em atividades essenciais, compra de gêneros
alimentícios e medicamentos, ou atendimento médico hospitalar;
·
Suspensão
do serviço de transporte rodoviário intermunicipal;
·
Restrição
da circulação de veículos particulares em rodovias do Maranhão, podendo ser
liberados somente para o deslocamento de pessoas em atividades ligadas à
atividades essenciais ou para compra de alimentos, medicamentos e atendimento
médico;
·
Limitar
o funcionamento do transporte público urbano, garantindo o mínimo necessário
para garantir o deslocamento de pessoas ligadas à atividades essenciais;
·
Implantação
de regras de biossegurança para funcionamento das atividades essenciais e
transprote público urbano;
·
Proibição
de eventos sociais públicos e privados de qualquer natureza, indepedendente do
número de pessoas;
·
Proibição
de música ao vivo ou mecânica, inclusive ambiente, em bares e restaurantes.
·
Os defensores pedem, ainda, que a fiscalização do
cumprimento das medidas seja realizada pelas polícias civil e militar, com
apoio do governo estadual, assim como outros funcionários públicos estaduais da
área.
Ao G1, a assessoria de comunicação da Defensoria
Pública do Estado (DPE-MA) afirmou que a decisão foi individual dos três
defensores e que não houve conhecimento prévio da direção-geral do órgão. A DPE
reforçou que está em diálogo para entender o cenário do pedido feito pelos
defensores.
Justificativas
O
pedido foi feito base em dados epidemiológicos no estado, realizado entre os
dias 18 a 31 de janeiro, com dados oficiais da Secretaria de Saúde. Ficou
constatado que houve um aumento significativo na taxa de ocupação de leitos de
UTI destinado para pacientes com Covid-19 no estado.
Nos municípios da Grande Ilha e em Imperatriz, segunda
maior cidade do Maranhão, a taxa de ocupação chegou nos últimos nove dias, a
obter uma ocupação superior a 80%, sendo considerados os polos que mais recebem
pacientes do interior do estado. Segundo a petição, a grande maioria dos
municípios não possui leitos e nem hospitais estruturados para receber os
pacientes.
Além disso, foi observada a elevação na taxa de contágio
do vírus no Maranhão, que chegou em 1,45, quando o cenário ideal é abaixo de 1,
conforme determina a Secretaria de Saúde. Os defensores destacam ainda a
campanha de imunização contra a Covid-19 no Maranhão, que já vacinou somente
com a 1ª dose, apenas 0,45% da população, até o dia 27 de janeiro, sendo ainda
muito longe de atingir toda a população do estado.
Em justificativa, o documento afirma que enquanto não
houver vacinação em massa no Maranhão, a única medida viável é adoção de
medidas de distanciamento social, restrição de pessoas, para conter o vírus e
evitar a chance de mutações, como aconteceu na África do Sul, Reio Unido e no
estado do Amazonas.
Ou seja, se não mantivermos o único tratamento eficaz,
que é o distanciamento social e a não aglomeração de pessoas, poderemos voltar
à estaca zero quando não tínhamos vacina disponível", afirma o documento.
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