RODOLFO BUHRER/ESTADÃO Procurador da Lava Jato em Curitiba, Carlos Fernando dos Santos Lima |
O
procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos responsáveis
pela Operação Lava Jato no Paraná, criticou o governo de Michel Temer, um dia
após a suspensão pela Polícia Federal da emissão de passaportes. Lima criticou,
ainda, a redução da equipe responsável pela operação e sugeriu que isso pudesse
prejudicar as investigações pelo País.
"O governo Temer sufoca a
Polícia Federal. Nem dinheiro para a emissão de um documento necessário como o
passaporte", escreveu o procurador em sua página no Facebook.
"Imagine como está a continuidade das diversas investigações pelo
País."
Segundo Lima, na operação Lava
Jato "a equipe da polícia foi significativamente reduzida". O
procurador ainda questionou: "A quem isso interessa?"
A Polícia Federal informou nesta
terça-feira, 27, que está suspensa a confecção de novas cadernetas de
passaportes solicitadas a partir de então, devido à
insuficiência de orçamento.
"A medida decorre da
insuficiência do orçamento destinado às atividades de controle migratório e
emissão de documentos de viagem", informou a PF, que disse, ainda, que o
agendamento online do serviço e o atendimento nos postos da instituição
continuarão funcionando normalmente.
Não há, porém, previsão para
entrega do passaporte, enquanto não for normalizada a situação orçamentária.
Quem tiver sido atendido antes do dia 27 receberá o passaporte normalmente.
Na última segunda-feira, 26, a Polícia Federal concluiu que Temer
cometeu o crime de obstrução de investigação de organização criminosa em
relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual
também vê a mesma conduta criminosa do ex-ministro do governo Temer Geddel
Vieira Lima e do empresário e delator Joesley Batista.
A atribuição de conduta criminosa
a Temer se dá, na visão da PF, “por embaraçar investigação de infração penal
praticada por organização criminosa, na medida em que incentivou a manutenção
de pagamentos ilegítimos a Eduardo Cunha (deputado
cassado preso), pelo empresário Joesley Batista, ao tempo em que
deixou de comunicar autoridades competentes de suposta corrupção de membros da
Magistratura Federal e do Ministério Público Federal que lhe fora narrada pelo
mesmo empresário”.
Do
Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos comentários postados em nosso site serão primeiro moderados pelos administradores, e os comentários que forem maldosos, preconceituosos e impróprios ao site e aos nossos leitores não serão publicados.