sexta-feira, 11 de julho de 2025

Alô Ministério Público! Prefeitura de Afonso Cunha é alvo de questionamentos por licitações milionárias suspeitas

 

Afonso Cunha (MA) – A gestão municipal de Afonso Cunha voltou a ser alvo de críticas após a publicação de licitações com valores milionários, levantando suspeitas sobre a real necessidade, transparência e proporcionalidade dos gastos públicos. Somados, os contratos ultrapassam R$ 17 milhões, em um município com pouco mais de 6 mil habitantes.

Entre os processos licitatórios que mais chamam atenção, está a contratação de uma empresa para reforma e ampliação da Escola Municipal Bacelândia, localizada no povoado Loiola. O contrato, no valor de R$ 998.804,00, causou surpresa por se tratar de uma única escola da zona rural.

Ainda mais controversas são as licitações para manutenção e adequação de estradas vicinais do município. Duas atas de registro de preços, com objetos semelhantes, foram publicadas num curto espaço de tempo: uma no valor de R$ 9.040.331,00 e outra no valor de R$ 7.613.986,00 – totalizando impressionantes R$ 16.654.317,00 somente para serviços em estradas.

Para moradores e lideranças locais, os valores são incompatíveis com a realidade do município. “É dinheiro que daria pra colocar concreto em todas as estradas vicinais e veredas de Afonso Cunha”, afirma um morador da zona rural, que prefere não se identificar. O comentário ecoa uma crítica recorrente: as estradas continuam em más condições, mesmo com cifras milionárias supostamente destinadas à sua melhoria.

As licitações, apesar de publicadas oficialmente, carecem de informações detalhadas sobre o cronograma, empresas vencedoras, escopo exato dos serviços e fiscalização das obras. Até o momento, o prefeito Pedro Medeiros (PL), não se pronunciou sobre os questionamentos da população e da oposição.

Organizações da sociedade civil e moradores pedem que os órgãos de controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado, investiguem as contratações. Para eles, a falta de transparência pode esconder indícios de superfaturamento, direcionamento ou desvio de recursos públicos.

Enquanto isso, os desafios estruturais permanecem: escolas com problemas de infraestrutura, estradas intrafegáveis durante o inverno e comunidades rurais desassistidas.





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