O prefeito de Afonso Cunha, Arquimedes Bacelar, agora ultrapassou todos os limites do autoritarismo e da ilegalidade à frente de um cargo público. 

Em um grupo de WhatsApp, o gestor se manifestou contra a Escola Municipal Mariza Duarte, do povoado Olho D’Água, que decidiu não levar uma quadrilha junina de alunos para se apresentar no São João promovido pela Prefeitura. 

Arquimedes escreveu que o fato “implicará aos profissionais da educação não receber o abono”.  E, maltratando a língua portuguesa, ainda ameaçou: 

“Creio que uma perca (SIC) para cada um de 2.000 (reais)”.

 

Veja a prova: 

O abono destinado aos profissionais da Educação não é favor do prefeito, é obrigação prevista em lei.  Os 70% dos recursos anuais do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), destinados ao pagamento, em cada rede de ensino, da remuneração dos profissionais da Educação Básica em efetivo exercício, poderão ser aplicados, para reajuste salarial, sob a forma de bonificação, abono, aumento de salário, atualização ou correção salarial. 

Lei, portanto, é para ser cumprida e não para seguir os caprichos e terrorismos do ocupante do poder de plantão. 

Funcionários da Prefeitura também denunciam, de forma anônima, que estão sendo obrigados a irem para as festas juninas, sob pena de terem desconto salarial caso não compareçam. O comparecimento só é obrigatório caso as festividades sejam realizadas dentro do horário de trabalho. Coagir ou alterar o contrato de trabalho do funcionário são medidas que podem ter conseqüências judiciais. 

Mais uma vez, Arquimedes demonstra que, por trás do seu autoritarismo e da costumeira violência psicológica que utiliza em sua gestão, existe uma enorme fraqueza, típica daquelas que só conseguem dominar pela força e jamais pelo respeito ou pela admiração.