segunda-feira, 26 de maio de 2025

“Fidel do Sertão”: O império paralelo de Zé Farias e o governo-fantoche de Thamara Castro

 

Zé Farias à esquerda x Thamara  Castro á esquerda

Com contratos milionários, falta de assistência aos mais pobres e domínio absoluto da máquina pública, o ex-prefeito Zé Farias mantém Brejo sob controle, enquanto sua sobrinha, a prefeita Thamara, cumpre papel decorativo. Diante disso, cresce o clamor popular por sua renúncia.

BREJO (MA) — Enquanto a população enfrenta filas na saúde, abandono nas comunidades rurais e omissão generalizada da prefeitura, quem governa de fato a cidade não ocupam o cargo de prefeito. Zé Farias, ex-prefeito e figura conhecida da política local, atua nos bastidores como o verdadeiro gestor de Brejo, valendo-se do mandato da sobrinha, Thamara Castro, como escudo e fachada institucional.

Apelidado nos corredores políticos como o “Fidel Castro do Sertão”, pela postura autoritária e pela longevidade de sua influência, Zé Farias segue comandando licitações, contratos e decisões estratégicas como se a cidade fosse um negócio familiar.

Prefeitura ou empresa privada?

Diversos contratos com valores considerados “exorbitantes” por observadores independentes vêm sendo firmados com prestadores de serviços ligados ao grupo político da família. Ao mesmo tempo, setores essenciais como saúde, educação e assistência social agonizam por falta de recursos e gestão eficaz.

“A cidade está sem médico em várias unidades, não tem remédio, mas os contratos de aluguel de carros e estruturas chegam a cifras astronômicas”, relata um servidor público que pediu anonimato.

A prefeita marionete

Eleita como promessa de renovação, Thamara Castro revelou-se apenas uma extensão do tio, obedecendo a diretrizes, mantendo nomeações orientadas por ele e não demonstrando qualquer autonomia frente às grandes decisões do município.

O clima entre vereadores e bastidores da prefeitura é de silêncio e medo. Qualquer tentativa de questionamento interno resulta em retaliações políticas, cortes de recursos e isolamento.

Diante disso, cresce entre lideranças políticas e representantes da sociedade civil o apelo para que a prefeita renuncie voluntariamente ao cargo, como ato de dignidade e responsabilidade pública. Sua permanência não só perpetua o domínio de Zé Farias como impede a reconstrução moral e institucional da cidade.

“Se ela não governa, se não decide, se é apenas usada, então a renúncia seria um gesto honroso, e não uma derrota. Seria um favor à cidade e à própria consciência”, afirma um membro da OAB local.

Vereador da oposição: uma resistência solitária

Enquanto a base governista permanece alinhada a Zé Farias, um único vereador da oposição tem se destacado na fiscalização, denúncias e atuação social. Mesmo com recursos limitados e sem apoio da máquina, ele promove ações concretas e cobra explicações do poder executivo com frequência.

Moradores já o comparam ao “prefeito moral” da cidade, em contraponto à gestão invisível de Thamara.

O uso pessoal da máquina pública

Para especialistas em administração pública, o caso de Brejo-MA é exemplo clássico de aparelhamento político: concentração de poder, vínculos familiares, uso privado da estrutura pública e enfraquecimento dos mecanismos de controle.

“O maior risco é que o povo normalize essa relação promíscua entre o público e o privado, como se fosse inevitável”, alerta um cientista político da UFMA.

E agora, Brejo?

A pergunta que paira no ar é: até quando o povo aceitará essa encenação? Quantas promessas serão feitas — e não cumpridas — antes que o eleitor perceba que quem sofre, na ponta, são sempre os mesmos: os mais pobres, os invisíveis do sistema.

Zé Farias pode continuar acreditando que é eterno. Mas até no sertão, a história mostra que o poder absoluto cansa, e o povo, um dia, acorda. E talvez, se Thamara tiver algum apreço por sua própria biografia, deveria ser ela a primeira a reconhecer que sua presença no cargo já não serve ao povo — apenas ao projeto pessoal do tio.


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