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Ao contrário do que pensam os analistas políticos de visão mais curta, as despedidas do senador José Sarney e de sua filha, a governadora Roseana Sarney, da vida pública não facilitaram em nada a entrada do candidato Flávio Dino pelo portão principal do Palácio dos Leões.

Nos últimos anos, Dino conduziu sua candidatura insistente e obsessiva ao Governo do Maranhão, da maneira mais vulgar. Os argumentos raquíticos do comunista utilizavam como muletas o caduco antisarneyzismo. Os velhos chavões já surrados, tais como “oligarquia” e outras pérolas foram exaustivamente usados pela campanha dinista e até descritos, com uma ponta de deboche, pelo enviado especial da revista Época, o repórter Marcelo Rocha, para cobrir a convenção que homologou o nome do ex-presidente da Embratur como candidato, em matéria publicada na edição desta semana.

Flávio Dino – que é uma invenção do ex-governador Zé Reinaldo para se vingar do antigo padrinho na política, Sarney – não conseguiu, nos últimos meses, apresentar nenhuma proposta brilhante que provasse ao eleitorado de que poderia fazer melhor do que o grupo que critica. Ocupou espaços reservados à propaganda partidária para apresentar as mais estapafúrdias proposições. Queria vender a residência oficial de veraneio por 20 milhões para construir um hospital. Além do valor, que se transformou em piada entre os corretores de imóveis do estado, caberia perguntar: por que, então, não começou a mudar o Maranhão fazendo a lição de casa com seu afilhado, o prefeito de São Luís, que prometeu, mas não construiu um hospital, já batizado de maneira demagoga, antes de existir, de Jackson Lago?
Dino propôs o programa Mais Médicos, em uma versão maranhense, nada original, cópia do programa do Governo Federal. Com isso, só aumentou mais a aversão que a classe médica tem por ele, depois que agiu como um “caçador de erros médicos”, criando até ONG para tal finalidade. E prometeu regionalizar universidades, como se a Ufma e a Uema não já tivessem campi em diversos municípios maranhenses.

Agora, sem Sarney e Roseana para falar mal, Flávio Dino estará nu. E vai precisar convencer o eleitor de que não é tão feio assim. Terá que mostrar se, de fato, conhece a máquina do Estado, se está preparado para governar ou se vai repetir a performance da oposiçãozinha maranhense, na única e desastrada vez em que esteve no poder, conduzida pelos assessores de reputação duvidosa do doutor Jackson.  É fácil criticar e apontar defeitos, Dino. O difícil é fazer. E isso você nunca fez.

Reprodução do Blog Camarão Seco.