A Oi apresentou ao governo, na última sexta-feira (9), um plano de expansão da banda larga no país em que a empresa ofereceria serviços de internet rápida a preços que podem variar de R$ 15 a R$ 35. Os valores são semelhantes aos trabalhados pelos Plano Nacional de Banda Larga, que viabilizaria o acesso das classe C e D.

O presidente da empresa, Luiz Eduardo Falco, a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, se reuniram durante toda a manhã de sexta para analisar a proposta que é avaliada como um novo passo para facilitar uma parceria entre governo e iniciativa privada.

Os preços foram divulgados pelo secretário de Logística e Tecnologia da Informação da Oi, Rogério Santanna, que também participou da reunião. A operadora não divulgou os investimentos estimados, porém Santanna disse que a proposta financeira da empresa passa por “possíveis desonerações” e segue um modelo parecido com o programa Luz para Todos – em que o Governo Federal subsidia diretamente o usuário, por meio de recursos de fundos setoriais.

“Eu senti que a empresa já não tem uma abordagem que possa colidir diretamente com o plano do governo”, disse Santanna, admitindo a possibilidade de a proposta da Oi integrar uma “operação mais ampla”, incluindo outras operadoras. “Acho que é um passo importante, espero que outras companhias façam um movimento similar”, acrescentou.

Santanna, que sempre defendeu uma participação maior do Estado no projeto de banda larga, apresentou um discurso mais ameno na sexta. “Acho que é um plano que merece ser estudado. Evidentemente terá que se entrar na seara de custos e premissas, mas acho que a empresa tenta responder aquilo que nós apresentamos para eles”, disse.

O avanço das discussões no governo já provoca reações das operadoras para oferecer alternativas, segundo Santanna. Ainda faltam detalhes do plano, por  isso o acordo não foi fechado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula teria pedido aos técnicos que detalhassem o programa para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que não participou do encontro de quinta. “Como todo o plano precisa de dinheiro, sendo ele responsável pelo Tesouro Nacional, sua presença é importante”, afirmou.

A possibilidade de a proposta da Oi reverter a ideia do governo de criar uma estatal para a banda larga – a hipótese cogitada é a de que a Telebrás assuma essa função – não foi avaliada por Santanna.

O secretário confirmou que na reunião de quinta-feira, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, pediu para que a Oi fosse ouvida. O BNDES é dono de 49% da Oi, junto com fundos de pensão de estatais. Mesmo com a participação do governo na empresa, Santanna disse que a Oi é uma operadora privada. “Acho que os bancos estatais emprestaram algum dinheiro, os fundos de pensão investiram, mas ela é uma empresa privada. Agora, certamente, é relevante o fato de ela ser uma empresa de capital brasileiro. Naturalmente temos que considerar esse aspecto”, disse.

A Oi se tornou a operadora de maior cobertura nacional depois da compra da Brasil Telecom, em 2008, “A Oi é um ator importante, não resta dúvida de que quem tem a maior cobertura territorial tem que ser ouvida. O governo não pode deixar de ouvir nenhum dos atores”, disse Coutinho.

Com informações do G1.